Projecto de uma adega de vinhos para Santar
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Breve História do Paço dos Cunhas de Santar
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O antigo Paço dos Cunhas de Santar foi mandado construir por D. Pedro da Cunha. Após o fim da guerra entre Portugal e Espanha, o Paço das Cunhas foi comprado por Dr. José Caetano Amaral dos Reis, à Junta dos Três Estados.
Após a morte do Dr. José Caetano Amaral dos Reis, coube a herança destes bens ao filho Francisco Coelho do Amaral Reis, visconde de Pedralva. Mais tarde vendeu a sua parte ao seu irmão Dr. Manuel Reis, que juntaria os bens do Paço das Cunhas aos da Casa do Soito.
O Paço dos Cunhas era de grandes proporções. Uma vasta construção, de estilo da renascença italiana, datado de 1609, como consta da inscrição que fica sobre a verga do portão da entrada principal.
Esta inscrição em pedra que mede cerca de 2,10 metro de comprimento e cerca de 30 cm de altura, diz:
“DOM PEDRº DA CVNHA MANDOV.FAZER ESTA OBRA. O ANNO: D:1609.”
Foi também nesta altura apeada a pedra de armas com 2 brasões. Um dos brasões, o dos Cunhas, ficou na zona central, o outro ficou num plano superior a este. Pena foi que após o restabelecimento da verga no portão, a inscrição e a pedra de armas não voltassem ao seu devido lugar. O brasão da parte central, encontra-se actualmente tão gasto que apesar de se ver bem que tinha bordadura, mal se conseguem distinguir as respectivas peças heráldicas. Este brasão era de D. Pedro da Cunha.
O outro brasão presente na pedra de armas pensa-se que seja o brasão de D. Elvira Coutinho de Vilhena.
“O brasão dos Cunhas de oiro com nove cunhas de azul, bordadura cosida de prata carregada com cinco escudetes de azul, cada escudete carregado com cinco besantes de prata, timbre um grife saínte de oiro semeado de cunhas de azul, com azas de um no outro.”
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O Projecto
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Para respeitar o ambiente rural ao projectar um novo volume, integrado no contexto rural e simultaneamente de mostrar uma nova linguagem, ou mesmo um volume de excepção como uma referência conceptual e construtiva adaptada a uma linguagem arquitectónica actualizada, foi o meu objectivo.
O conceito que segui para a elaboração do projecto da adega do Paço dos Cunhas, que fica situado num ambiente muito peculiar e ao mesmo tempo muito singular, foi o de uma garrafa deitada, procurando a continuidade e regularidade das formas aditivas e subtractivas, relativo à espacial idade do edifício, assim como a sua volumetria, permitiu-me chegar à sua forma elementar.
O que proponho é uma simplicidade das soluções espaciais, a fácil leitura das funções, assim como a interligação de áreas.
A nível do piso -1, temos as Cubas Inox, com uma A=70m², a - Prensa - A=25m² e a zona dos Cascos - A=80m². É neste piso que fica o aceso subterrâneo ao Paço.
No piso 0, fica a zona de Enchimento de garrafas - A=50m² o Estágio 24h - A=50m² e em “open-space” o Armazém de Garrafas - Stock - A=120m², o Estágio - A=100m² e o Armazém para caixas de cartão - A=35m², logo a seguir fica a zona para Lavar, rotular e embalar - A=50m², ainda no mesmo piso temos as Encomendas - A=23m², Instalações Sanitárias (S) - A=8m² e Instalações Sanitárias (H) - A=8m².
No piso 1 fica a área de Exposições - A=16m², Escritórios - A=37m²16, Laboratório - A=37m² e a Sala de Provas - A=32m², optei por colocar esta assim como o laboratório, o mais afastado possível da zona de laboração, para não afectar o aroma do vinho que pretendemos provar ou analisar.
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Plantas
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Piso 1
Piso o
Piso -1